sexta-feira, 10 de abril de 2020

O lugar que a saudade ocupa. . .

Hoje eu estava descascando batatas e de repente me lembrei da minha avó.
Ela não descascava como eu, que tiro uns pedações da batata dependendo da pressa. Ela retirava a pele da batata, ficava linda. Mesmo com as mãos atrofiadas pelo reumatismo que a castigou por décadas, enquanto pode descascar, o fazia com perfeição. 
Minha avó fazia alguns pratos que somente ela sabia fazer, pastel de forno e um frango cor de laranja maravilhosos. Que baita saudade me dá. 
Na mesa da cozinha da minha avó , conversávamos e nos reuníamos sempre. Lá aprendi a tomar café puro. Hoje um vício. 
 No quintal dos fundos da casa passei boa parte da infância. Lembro da horta, das rosas, das hortênsias e palmas. Da vontade de entrar no barracão que ficava atrás do galinheiro e fuçar nos livros, malas e recordações antigas. 
Lá nunca teve campainha. Tínhamos que bater palmas quando chegássemos. Mas preferíamos gritar. Tinha uma papagaio na casa ao lado que quando gritávamos, ele gritava também : Ôôô, Vóóóóó! 
Lá também aprendi a gostar de gatos. E de plantas. Embora não seja muito boa com plantas, me dou muito bem com gatos. Minha avó teve tantos que até perdi a conta. E o engraçado, os gatos que moravam na casa dela eram só machos. Só hoje me dou conta disso. 
Eu e minha irmã temos muito boas lembranças. 
Gostaria de voltar no tempo e ouvir suas histórias. Ouvi muitas, vivi tantas, mas queria mais. 
Que saudade, vó. Que os anjos estejam fazendo companhia e alegrando seus dias no alto.
Beijos e abraços apertados. 


Nenhum comentário:

Postar um comentário