Hoje eu estava descascando batatas e de repente me lembrei da minha avó.
Ela não descascava como eu, que tiro uns pedações da batata dependendo da pressa. Ela retirava a pele da batata, ficava linda. Mesmo com as mãos atrofiadas pelo reumatismo que a castigou por décadas, enquanto pode descascar, o fazia com perfeição.
Minha avó fazia alguns pratos que somente ela sabia fazer, pastel de forno e um frango cor de laranja maravilhosos. Que baita saudade me dá.
Na mesa da cozinha da minha avó , conversávamos e nos reuníamos sempre. Lá aprendi a tomar café puro. Hoje um vício.
No quintal dos fundos da casa passei boa parte da infância. Lembro da horta, das rosas, das hortênsias e palmas. Da vontade de entrar no barracão que ficava atrás do galinheiro e fuçar nos livros, malas e recordações antigas.
Lá nunca teve campainha. Tínhamos que bater palmas quando chegássemos. Mas preferíamos gritar. Tinha uma papagaio na casa ao lado que quando gritávamos, ele gritava também : Ôôô, Vóóóóó!
Lá também aprendi a gostar de gatos. E de plantas. Embora não seja muito boa com plantas, me dou muito bem com gatos. Minha avó teve tantos que até perdi a conta. E o engraçado, os gatos que moravam na casa dela eram só machos. Só hoje me dou conta disso.
Eu e minha irmã temos muito boas lembranças.
Gostaria de voltar no tempo e ouvir suas histórias. Ouvi muitas, vivi tantas, mas queria mais.
Que saudade, vó. Que os anjos estejam fazendo companhia e alegrando seus dias no alto.
Beijos e abraços apertados.
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